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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 6 de Julho de 2022 às 10:05

Exposição da Ufopa revela parte da diversidade de fungos do Oeste do Pará


Destaque para os cogumelos e fungos silvestres comestíveis, achados em grande quantidade no Parque da Cidade de Santarém.

Aberta ao público, a 1ª Exposição Micológica da Ufopa (I EXPOMyco) foi realizada no sábado, 28 de maio de 2022, no Parque da Cidade de Santarém. Com o tema “Sentados em uma mina de ouro”, o evento teve o objetivo de mostrar para a população a diversidade de macrofungos da região Oeste do Pará, com destaque para as espécies de cogumelos silvestres comestíveis. A mostra contou com exemplares colhidos no Parque da Cidade e que fazem parte do acervo do Herbário HSTM da Ufopa.

“Essa é uma parcela da diversidade que temos na região”, afirma o organizador da exposição, Marcos Santana, técnico do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA). Outro objetivo da ação foi o de desmistificar a crença popular de que todos os fungos fazem mal ao ser humano. “Os fungos que fazem algum mal para nós são muito poucos em relação a todos os benefícios que temos com relação a eles. Por isso, essa exposição é para mostrar que temos uma diversidade de fungos que vai muito além do mofo ou da micose”, explica. “Muitas pessoas utilizam fungos no seu dia a dia, incluindo na alimentação, e não sabem disso”.

Segundo Marcos Santana, a atividade é uma devolutiva referente ao inventário realizado pela Ufopa sobre a diversidade de fungos no Parque da Cidade. “Iniciamos os trabalhos de diversidade no Parque com alunos da Biologia que estavam terminando a graduação e que tinham as perguntas: Qual é a diversidade do parque? Quantos cogumelos, quantas espécies há no parque? E, para responder a esses questionamentos, viemos até aqui, coletamos e inventariamos a sua diversidade”.

Com o objetivo de mostrar ao público leigo como se inicia uma pesquisa científica envolvendo fungos, foi realizada a oficina “Caçada aos macrofungos”, que contou com a participação de crianças, jovens e adultos. “Tinha donas de casa, alunos de graduação de outros cursos, todos com a mesma pergunta: como coleto um cogumelo? Levamos as pessoas para coletar e todo mundo ficou fascinado. Foi uma resposta muito boa. Além disso, conseguimos falar de ecologia, biotecnologia, meio ambiente, diversidade, particularidades da biologia dos fungos e o dia a dia com o uso de fungos, principalmente na alimentação humana”, explica Santana. “Dependendo da espécie, se cultivada ou não, temos maior quantidade de proteína, vitaminas e antioxidantes”.

“Às vezes, a parte boa do fungo silvestre está em maior quantidade do que no fungo cultivado, porque na natureza eles estão usando o substrato que gostam, conseguem trabalhar de outra forma. O cultivado é induzido a partir de um substrato que eu desenvolvo. Esses silvestres podem ter maior quantidade de substâncias boas porque aqui eles crescem livres, dentro de condições naturais”, explica.

 

 

Inventário – “No Parque da Cidade nós achamos uma grande variedade de fungos. Uma coisa que chamou muito a atenção foi que achamos muitos cogumelos comestíveis, o que indica uma necessidade de um estudo maior”, explica Daniel Marinho, discente do curso de Licenciatura em Biologia do Instituto de Ciências da Educação (Iced). “Os fungos comestíveis chegam na região com preço muito alto no mercado e a gente tem como produzir aqui, tem uma capacidade de desenvolver uma tecnologia melhor, um cultivo maior, até para ajudar na economia do município”.

Segundo Marcos Santana, o inventário do Parque da Cidade ainda não foi concluído, em virtude da grande quantidade de espécimes coletados. “Estamos ainda na metade do processo de identificação das espécies, pois os nossos alunos coletaram um volume de material gigantesco e parte desse material é comestível”, explica. “São fungos silvestres comestíveis, também chamados de fungos alimentícios não convencionais, por não estarem a venda nos supermercados, mas que podem ser consumidos e, muitas vezes, são até mais nutritivos do que aqueles a venda”.

Os macrofungos (cogumelos) coletados são desidratados e acondicionados no Herbário da Ufopa para registro da diversidade regional. “Esse herbário tem catalogação internacional. Toda informação que entra lá rapidamente vai para a Internet e é de acesso livre, o que é muito importante para a produção de conhecimento”.

Na Ufopa, a pesquisa sobre fungos dialoga também com o Laboratório de Fisiologia Vegetal e Crescimento de Plantas. “Nesse laboratório a gente trabalha com os fungos microscópicos, que estão associados às raízes das plantas de uma forma benéfica porque contribuem com o desenvolvimento vegetal”, explica.

Texto e Fotos: Maria Lúcia Morais — Comunicação/Ufopa

31/05/2022

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