Desculpe, o seu navegador não suporta JavaScript!

Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 5 de Outubro de 2018 às 12:40

Fórum Interno de Graduação encerra-se com debate sobre acesso e permanência de estudantes indígenas e quilombolas na universidade


Durante os debates do Forum Interno de Graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), ocorridos na tarde da quarta-feira, 3, destacou-se a mesa com o tema “Acesso e Permanência de Estudantes Indígenas e Quilombolas nas Universidades”, com a participação do Prof. Dr. Jonildo Viana dos Santos, da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ele apresentou a experiência da Insikiram de Formação Superior Indígena (Proeg/UFRR).

O instituto recebe alunos indígenas e quilombolas e oferta 60 vagas por ano: “Atualmente temos 468 alunos cursando e já formamos 308. Ao todo ofertamos três cursos: Bacharelado em Gestão Territorial Indígena, Patrimônio Indígena e Saúde Coletiva Indígena”.  Viana dos Santos explicou também a forma de ingresso na UFRR: “São duas maneiras de ingresso: por meio do Insikiram e pelo Processo Seletivo Especial Indígena, o PSEI, no qual os indígenas e quilombolas acessam 16 dos 50 cursos de graduação da UFRR”.  

Ainda estiveram na composição da mesa a Profa. Ma. Marília Leite (Ufopa) e  Profa. Ma. Denize Carneiro (Ufopa), responsáveis pela Formação Básica Indígena da Ufopa. Ainda compuseram a mesa o Prof. Me. Cauan Araújo (Ufopa/Oriximiná) e a mediadora, Profa. Dra. Solange Ximenes (Ufopa). Os integrantes da mesa abordaram o tema "Acesso e permanência de indígenas e quilombolas na Universidade".  

Encerramento - O evento foi encerrado na noite da quarta-feira, 3, por volta das das 20h30, com a participação da Profa. Dra. Wilma Baía, da UFPA. Ela falou sobre "Fóruns de Graduação: Instrumentos de Construção das Políticas de Graduação das Universidades" e reforçou que realizar eventos desta natureza é uma forma inteligente de lidar com recursos públicos: “Neste sentido, a instituição de ensino tem a responsabilidade imensa de estabelecer interlocuções com a comunidade, sobretudo na dimensão acadêmica, e também de observar a relevância dessa aproximação das universidades irmãs, que não se limita em experiências fortuitas, mas em interlocução em todos os sentidos”.

Dra. Wilma elogiou a iniciativa da Ufopa em instalar o Fórum e defendeu a continuidade de alinhamento entre as instituições, embora as realidades sejam diferentes: “Mesmo diferentes, existem questões que são similares, como o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs). É preciso entender que a universidade tem de devolver algo à sociedade das ações a que ela se propõe e deve trabalhar para que não haja diferença entre alunos de processo universal ou especial. Não pode haver diferença no sentido de incluir esses alunos, e isso não pode ser encarado como um problema sem solução”; e enfatizou “que deve haver interlocução com a sociedade envolvente, em especial aquela na qual a universidade se instala”.

A mesa de encerramento também contou com a participação da pró-reitora de Ensino de Graduação (Proen) da Ufopa, Profa. Solange Ximenes. Ela fez uma avaliação geral do Fórum e falou da importância de iniciar o processo: “Neste espaço, discutimos diferentes contextos, ouvimos várias pessoas que contribuíram com informações muito importantes para trabalharmos a universidade que queremos. Agora, todos devemos nos debruçar para contribuir com a melhoria de tudo que foi falado aqui”.

Ximenes lembrou que a universidade é um espaço plural, “se não for assim, não é uma universidade. É outra coisa.  Nem sempre outros espaços têm legitimidade como um fórum a exemplo deste para abordar assuntos de tamanho interesse. Instalamos o Fórum porque legitima as demandas. Do contrário, faremos política de balcão”. E avaliou as falhas que serão corrigidas ao longo do processo de instalação: “Tivemos lacunas, não abordamos internacionalização, acessibilidade, por exemplo, mas fizemos esforço pra trazer o PDI e o projeto pedagógico que precisam ser discutidos. Precisamos aprender a dialogar. Temos que aproximar o diálogo entre os cursos, fazer a sociologia dialogar com ciências sociais e criar alinhamentos entre outros cursos”.

Ela reconheceu o esforço da equipe de organização para realizar o evento e falou dos novos desafios: “Queremos agradecer a todos os envolvidos no evento, que mesmo neste momento de contenção de gastos, as pessoas não mediram esforços para organizar e também vir participar, especialmente a equipe da Proen, que mesmo saindo da organização da Jornada Acadêmica, se mantiveram firmes para realizar o Fórum. Precisamos expandir a universidade para a Transamazônica, que tem sido uma solicitação junto à Reitoria, e consolidar os campi, construir uma identidade para a Ufopa; e para isso é necessário conhecermos uns aos outros e colaborando para a ampliação dos projetos de ensino, pesquisa e extensão, mas antes, vamos consolidar o que temos”.

Para a professora Dávia Talgatt, do campus da Ufopa em Oriximiná, o Fórum foi um divisor de águas, especialmente para os campi fora da sede. Ela observou que o momento é de integrar a Universidade como um todo. “Abordamos temas específicos. Ainda teremos outros encontros para abordar novas temáticas, mas com o que foi explanado neste evento, não há dúvida de que estão entre os pontos principais para consolidar essa expansão e integração da Ufopa no interior da Amazônia. No meu ponto de vista, a única coisa negativa foi a pouca participação de servidores da sede, porque seria um momento para conhecerem mais a nossa realidade, mas certamente não faltarão oportunidades. De modo geral, a iniciativa foi muito válida”, finalizou.

Já para a aluna Graciele Santana, do terceiro semestre do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Ufopa em Oriximiná, o Fórum foi marcante pela riqueza de temas discutidos. Ela aproveitou para expor as dificuldades que alunos enfrentam em sala de aula, “sobretudo os colegas indígenas e quilombolas. Faço parte do Conselho do Campus e defendo a importância de Universidade em capacitar professores para dar aula a esse público. Também vejo, na condição de aluna, como ajudar nesse processo, evitando a discriminação e outros fatores que influenciam negativamente na vida desses colegas”.

Edilson Pimentel, técnico administrativo do campus de Juruti, também analisa que o Fórum abre uma via para os campi discutirem situações que fazem parte da rotina e que são importantes para a integração da Ufopa Multicampi: “Houve muita troca de informações e sugestões. Tivemos a oportunidade do nosso campus trazer um pouco da  nossa realidade. Muito importante o evento, e tenho a expectativa de que os temas levantados possam servir de norte para futuras melhorias dessa integração, porque ainda sentimos a distância, não apenas física, da sede”.

/media/file/site/ufopa/imagens/2018/05386d17de83a947296351be26a8dde5.jpg

Comissões instaladas - Ao final da participação da Profa. Dra. Wilma Baía, da  UFPA, foi instalada oficialmente a presidência do Fórum, composta pela professora Solange Helena Ximenes (presidente), Maria Raimunda Santos da Costa (vice-presidente) e Juliana Vieira Jordão (secretária). Foram instaladas ainda quatro das oito comissões estabelecidas na resolução 183/2017, que aprova o Regimento do Fórum Interno de Ensino de Graduação da Ufopa:

Comissões instaladas:

A)    Comissão de Acompanhamento de Acesso, Permanência e Egresso

B)    Comissão de Estudos e Atualização das Normas de Graduação

C)    Comissão de Políticas de Educação a Distância

D)     Comissão de Políticas de Acessibilidade

As demais comissões serão instaladas ao longo da consolidação do Fórum. São elas:

Comissão de Acompanhamento dos Projetos de Ensino e Ações Estratégicas do PDI; Comissões de Política do Ensino de Graduação; Comissões de Política de Ensino para Educação no Campo e Étnico-Racial e Comissão de Integração de Ensino, Pesquisa e Extensão.

Comunicação/Ufopa

4/10/2018

Profa. Wilma Baía no encerramento do evento. Foto: Josemir Moreira.

Notícia em destaque