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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 21 de Novembro de 2019 às 16:34

Palestra de pesquisador do Inpa abre Congresso de Tecnologia e Desenvolvimento na Amazônia


Na última terça-feira (19), o auditório da Unidade Tapajós foi palco da palestra de abertura do III Congresso de Tecnologia e Desenvolvimento na Amazônia (CTDA), evento realizado pela primeira vez na Ufopa, em Santarém. O professor José Laurindo Campos, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), falou ao público sobre tecnologia e desenvolvimento na Amazônia. “Estamos passando por muitas transformações e isso é uma coisa que eu vejo com bons olhos”, iniciou.

Segundo Campos, o pesquisador clássico vem perdendo espaço. “A pesquisa clássica tem seu ápice com a publicação de resultados. Mas, ao fazer isso, nós elitizamos o resultado científico. O cidadão comum, que está vivendo com o problema no dia a dia, não vai buscar um artigo científico para se nutrir dos resultados”, acredita.

Para Laurindo, o pesquisador deve adquirir novas habilidades e a mudança começa na fonte: os alunos. “Precisamos formar uma nova classe de pesquisadores. Nosso aluno tem que ter um perfil estudioso, mas também uma veia empreendedora. Ele tem que ser um pesquisador-empreendedor”, ressalta.

O "pesquisador-empreendedor", de acordo com Laurindo, tem aptidão para desenvolver novos produtos e elaborar soluções para problemas sociais da própria região em que atua. Indo além, ele consegue enxergar o impacto social de sua criação. “Não é razoável importarmos soluções de problemas que diferem completamente da natureza da nossa região, da nossa cultura”, avalia.

De acordo com Campos, as inovações precisam não apenas resolver um problema, precisam ser competitivas. “A inovação se dá exatamente em buscar soluções competitivas, simples e de grande impacto. Com isso conseguimos atingir a nossa comunidade, a sociedade local. Se não formos competitivos, estaremos sempre a reboque, importando tecnologia”, reforça.

Ainda segundo o professor, as universidades devem repensar seu modelo de gestão. Como exemplo, ele cita as universidades europeias, onde a academia mantém uma relação bastante afinada com o mercado. “Há um casamento entre os grandes financiadores e consumidores de tecnologias. Por exemplo, as instituições geram patentes e essas patentes são descarregadas nos atores externos, como as indústrias, que implementam as soluções. É o casamento ideal. As incubadoras e as startups, hoje, estão nascendo dentro das instituições de ensino e pesquisa. Isso já demonstra que o modelo do sistema acadêmico tradicional está mudando”, enfatiza.  

Para Laurindo, o cenário para a mudança na Amazônia é favorável. Estratégias do governo Federal, como a criação dos Núcleos de Inovação tecnológica (NITs), vêm contribuindo para profissionalizar o ambiente científico. “As chances dos resultados são muito mais veementes. Com instituições trabalhando em rede, temos a garantia de ter matéria humana capacitada e ambiente colaborativo”. De acordo com Campos, esse ambiente é condição essencial para um modelo global de ciência.  “Temos que estar sempre em colaboração, fazendo intercâmbio com os grupos de pesquisa consagrados”. Assim, segundo ele, é possível reduzir lacunas, encurtar o tempo de “formação” do novo pesquisador e avançar no desenvolvimento da região.

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Renata Dantas – Comunicação/Ufopa

21/11/2019

Prof. José Laurindo Campos, pesquisador do Inpa. Foto: Comunicação/Ufopa.

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