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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 27 de Junho de 2019 às 17:28

Pesquisa da Ufopa indica que criadores de búfalos em Santarém devem intensificar controle da brucelose


Um estudo desenvolvido em 2016 pelo Laboratório de Sanidade Animal (Larsana) da Ufopa acaba de ser publicado numa das revistas científicas de maior impacto mundial na área da Medicina Veterinária. O artigo foi publicado no último dia 24 de junho de 2019 na versão online da revista Transboundary and Emerging Diseases.

A publicação envolve um time de alunos e professores da Ufopa. A autoria conta com a assinatura de aluno e egresso do curso de Zootecnia, um egresso do mestrado em Biociências, dois doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) e três professores do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef): o coordenador do Larsana, Prof. Antonio Humberto Minervino, e os docentes Kedson Neves e Adriana Morini.

O estudo publicado analisou fatores associados à prevalência de brucelose em búfalos criados em Santarém. A brucelose é uma doença infecciosa de animais e do homem, uma zoonose de relevância mundial, causada pela bactéria Brucella abortus. É causadora de abortos, acompanhada algumas vezes de infertilidade temporária ou permanente. De acordo com o Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e Tuberculose, instituído em 2001 pelo Governo Federal, os animais infectados devem ser destinados ao abate sanitário ou à eutanásia, para evitar o contágio e a proliferação da doença.

O trabalho do Larsana foi realizado em 60 fazendas de Santarém, número que, à época, representava cerca de 26% das fazendas de criação de búfalos da região Oeste do Pará. Desses rebanhos, foram amostrados 426 búfalos, machos de qualquer idade e fêmeas com mais de 24 meses. Dos 426 animais testados, 29 foram positivos, o que corresponde a quase 7% do total.  

A análise dos números individuais pode sugerir um índice baixo de contaminação. Mas, em termos de rebanhos, a pesquisa identificou que 30% das fazendas visitadas tinham pelo menos um animal infectado. Ou seja, a doença estava espalhada. “A incidência é maior nos microrrebanhos, que possuem até 15 cabeças de animais. Os produtores, principalmente os pequenos, tem que intensificar as medidas de controle. Seria importante termos uma política pública para dar assistência a esses produtores, ajudando na erradicação da doença”, avalia Minervino.

Outra constatação é que as fazendas leiteiras eram duas vezes mais propensas a ter búfalos infectados do que as fazendas de corte. Segundo Minervino, isso se explica porque, nas fazendas de leite, o manejo é mais intensivo, os animais têm mais contato entre si nos currais. Além disso, pode haver maior número de partos, o que favorece a contaminação. 

O estudo teve a colaboração de integrantes da Universidade da Amazônia (Unama), da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e da Universidade de São Paulo (USP).

Leia o artigo na íntegra aqui.

Renata Dantas - Comunicação/Ufopa

27/6/2019

Estudo detectou que 30% das fazendas visitadas tinham pelo menos um animal infectado. Foto: Acervo do Larsana.

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