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Ultima atualização em 3 de Fevereiro de 2020 às 14:04

Histórias curiosas marcam origem de bairros de Santarém

G1 Santarém e Região-Positiva

3 de Fevereiro de 2020 às 14:04

g1.globo.com

Histórias curiosas marcam origem de bairros de Santarém

 

Com uma população de cerca de 300 mil habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Santarém, oeste do Pará comemora 357 anos de fundação no próximo dia 22 de junho. Ao longo desses quase quatro séculos de história, a cidade, viu surgir em seu interior 48 bairros que ajudam a contar a trajetória de Santarém desde a sua fundação. Para celebrar o aniversário da cidade, o G1 preparou uma lista onde o leitor pode conhecer a origem dos nomes dos bairros.

O G1 usou como referência a pesquisa da professora Mestra Anna Paula Ramos Pimentel da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), que publicou uma monografia sobre os estudos toponímicos dos bairros da cidade de Santarém, no oeste do Estado do Pará. “Os nomes não surgem por acaso, tem sempre uma história que os motiva”, disse a pesquisadora sobre a origem dos nomes.

A cidade de Santarém é constituída atualmente por 48 bairros. De acordo com a história deste município, existiam, inicialmente, apenas dois bairros, Aldeia e Prainha. Segundo a pesquisadora Anna Paula Ramos, os resultados mostram a predominância de denominações de lugares motivados por nomes com referência religiosa, como os bairros de Santana, Santo André, Santíssimo, nomes relativos ao sentimento/conquistas do povo, como: Nova Vitória, Amparo, Esperança, e nomes relacionados ao ambiente, como: Jutaí, Jardim Santarém, Floresta.

“Através de conversas informais pudemos entrevistar pessoas engajadas nas comunidades como lideranças dos bairros, muitos dos entrevistados eram presidentes ou representantes dos locais. Conversávamos sobre a fundação do bairro, organização, origem da comunidade, do nome dado à localidade”, contou a pesquisadora.

Em comemoração ao aniversário da cidade de Santarém, oeste do Pará, o G1 relacionou a origem de alguns nomes de bairros da cidade, contidos na pesquisa da professora Mestra Anna Paula Ramos Pimentel, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

A pesquisa foi publicada no Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística, em Londrina, no estado do Paraná. O estudo da professora está disponível no site da Universidade Estadual de Londrina.

Aeroporto Velho

Segundo a pesquisa, o bairro recebeu este nome, pelo fato de estar localizado em uma área da aeronáutica onde estava situado o antigo aeroporto de Santarém.

Aldeia

Primeiro bairro de Santarém, a Aldeia dos Tapajós, nome de fundação da cidade feita pelo Padre João Felipe Bettendorff em 22 de junho de 1661, ficava onde hoje está o mercado modelo, na Praça Rodrigues dos Santos.

Alvorada

Nome dado pelos próprios moradores a partir do meio ambiente, pois na mata virgem em que construíram suas casas a natureza era o referencial, através dos inúmeros pássaros e árvores. Surgiu na grande área do Maracanã, naquela delimitação era só mato.

Amparo

Surgiu na grande área do Santarenzinho. O nome surgiu devido o local amparar muitas famílias sem local para morar.

Aparecida

O bairro recebeu este nome após a existência do grupo escolar N. Sra. Aparecida e também da capelinha, assim denominada, através da procura de escola e de oração, cresceu a população ao redor, hoje a capelinha é a Paróquia de N. Sra. Aparecida.

Cambuquira

Em tupi, o nome quer dizer broto tenro da aboboreira, e segunda uma moradora em entrevista à pesquisadora da Ufopa, em 1976, um italiano de nome Joseph, em visita a área, observou a quantidade de cambuquira, ramo novo ou broto novo, às margens do igarapé, por ele foi nomeado e tempos depois passou a ser o nome do bairro.

Caranazal

Segundo informações do livro ‘Memória de Santarém’, de Luis Flávio Pinto, o nome originou-se por ficar próximo a um igarapé com muito caranã (capim). Era um bairro muito pobre que se desenvolveu em um barracão, onde era celebrada a missa.

Centro

Local onde são localizadas as casas de comércios de Santarém, área situada no centro da cidade.

Conquista

O nome veio a partir da conquista de terra para a habitação. As pessoas lutavam por um lugar para a construção de suas moradias.

Diamantino

Nome foi dado pela prefeitura de Santarém.

Elcione Barbalho

Segundo a pesquisadora, o político Jader Barbalho resolveu ajudar o bairro, que clamava por ajuda, então ele deu o nome para homenagear sua esposa, Elcione.

Esperança

O bairro era cheio de valas, ruas esburacadas, era um bairro esquecido, então a única coisa que restava aos comunitários era a esperança de que as autoridades olhariam para a situação do povo. A partir de 1986, com a ajuda de Dom Tiago Ryan e um grupo de pessoas da igreja católica São Pedro, deram os primeiros passos em busca de melhorias para o bairro e nomearam o lugar.

Floresta

No dia 13 de fevereiro de 1975, foi realizada uma reunião organizada por um grupo de vizinhos para debater a situação do lugar, inclusive escolher um nome, algumas pessoas já chamavam de Salê, mas nem todos concordavam, como a área era feito pela natureza, os moradores acharam por bem chamar o lugar de Floresta.

Fátima

O surgimento se deu pela devoção dos marianos, já haviam dado início às comunidades de N. Sra. das Graças e N. Sra. Aparecida, então na subdivisão das comunidades eclesiais, a comunidade N. Sra. de Fátima recebeu o nome de Fátima, uma das designações atribuídas à Virgem Maria.

Interventoria

Foi criado na gestão do então prefeito, Interventor Federal, Elmano de Moura Melo. As lideranças como homenagem colocaram o nome no bairro, já que Elmano foi o primeiro ‘Interventor’ de Santarém.

Ipanema

No tupi significa, água suja ou água ruim. O bairro, antes era considerado parte do bairro Cambuquira, e também colônia de Ipanema (limites Cuibá até Saubal e da Coca-cola até a Serra do Piquiatuba), porém segundo os moradores, nunca se pensou o porque dessa denominação.

Jaderlândia

O bairro recebeu este nome durante a gestão do então governador do estado do Pará, Jader Barbalho, em decorrência de o bairro ter sido estruturado em áreas loteadas, liberadas pelo político para a organização popular naquele que antes era espaço de um grande dono de terras.

Jardim Santarém

O nome foi dado pelo bairro ser ‘modelo’, com ruas e travessas definidas, possuindo nomes de rosas e flores, daí ser um jardim. Outro fator importante era de o de ter um bairro que valorizasse a preservação ambiental. Uma das áreas mais arborizadas da cidade de Santarém, o parque da cidade, pertence a este bairro.

Jutaí

Os primeiros moradores chamavam, inicialmente, o local de jutaizal, depois acostumaram-se a chamar apenas Jutaí. Segundo um moradora, quando a área foi habitada pelos primeiros moradores, registrava um enorme plantio de jutaí, árvore frutífera de fruto pequeno de casca dura e com um caroço com sabor adocicado, árvore presente até hoje no bairro.

Laguinho

Relacionado a cheia do Rio Tapajós. Um morador disse que o Rio Tapajós passava pelo terreno do ASSIBAMA até chegar a Avenida São Sebastião, inclusive existiam casas construídas em estilo de palafitas. E por formar um lago no tempo da cheia, nomearam Laguinho.

Liberdade

Segundo o livro de Luis Flavio Pinto, Memória de Santarém, o nome do bairro foi consolidado em março de 1967, com a inauguração de uma escola, construída em apenas 22 dias. O bairro tem como referência a praça, de mesmo nome, construção em homenagem à Abolição da Escravatura.

Livramento

O nome dado ao bairro, Nossa Senhora do Livramento, foi sugerido por Francisco Vanderlan, oriundo de outra cidade, trouxe a devoção a Nossa Senhora após graça alcançada por chegar com sua família a salvo em Santarém, depois de passar grandes apuros na viagem. A promessa feita à santa foi a de batizar o local onde fixasse residência com o nome dela, e assim o fez.

Maicá

Esta imensa área era habitada por índios, com o passar dos anos foram se afastando e dando espaço aos caçadores, que perceberam como tanto mata quanto rio eram fartos, então a ideia era colocar o nome do bairro ‘Mãe dos Caçadores, em homenagem aos índios foram em busca do que isso significava este nome em sua língua, encontraram Maicá, que serviu para toda área incluindo o rio.

Mapiri

O nome foi dado tendo como referência o lago, de mesmo nome do bairro.

Maracanã

Nome dado pelos próprios moradores em virtude de o local ter muitos pássaros maracanãs, que iam naquela área para se alimentarem.

Mararu

Originou-se em decorrência dessa região ter sido habitada por uma tribo indígena chamada “Mararuara”, chefiada pelo tuxaua denominado “Mararu”.

Matinha

O bairro surgiu de ocupações, recebeu o nome por ser cercada de uma vegetação conhecida como ‘capoeira’, carinhosamente chamada de Matinha. Um fato curioso é que todas as ruas do bairro possuem origem indígena.

Novo Horizonte

O bairro tem 13 anos, o nome vem em decorrência de um triste acontecimento naquela área. Segundo moradores, uma menina entre 10 anos e 12 anos, foi estuprada nesta área, que fica entre os bairros Conquista e Santarenzinho, ensanguentada e amarrada, a menina pedia socorro. Ao ouvir os gritos, um casal que por ali passava, ajudou-a e ela disse “vocês me ajudaram a ter um novo horizonte”. Na área, surgiu uma ocupação e a menina ainda está viva.

Nova República

O bairro existe desde 1985 e foi nomeado pela Companhia de Habitação – COHAB, não partiu da aprovação popular, mas queriam que ali fosse um bairro modelo para a cidade, por este fato e também por ter sido projetado e fundado durante a ditadura militar, o nome de Nova República vinha ao encontro da nova proposta governamental.

Nova Vitória

A origem do nome vem após luta pela terra para construção de moradias.

Prainha

Segundo a pesquisa da Mestra Ana Paula Ramos Pimentel, provavelmente o bairro recebeu o nome pelas praias que havia na frente da cidade.

Pérola do Maicá

Maicá era uma pedra lavada no rio, por terem o Lago do Maicá como uma das fontes econômicas do bairro, pela pesca e festivais, os comunitários acharam por bem colocar, no bairro, o nome de Pérola do Maicá, pelas águas cristalinas, valiosas, remetendo a pedra do maicá.

Salé

De acordo com relatos da pesquisa, quando os moradores construíram suas casas, denominaram de chalé. Acredita-se que houve uma alteração fonética da denominação, na pronúncia do termo, ao invés de chalé, chamaram salé.

Santa Clara

O nome foi colocado pelos próprios governantes, devido as referências presentes no local, como o colégio Santa Clara. O bairro antes era Nossa Senhora das Graças, devido a comunidade católica ali ser muito presente.

Santana

O bairro fazia parte da grande área da Prainha e não tinha nome. Em 1948, dezesseis famílias juntaram-se. O nome foi dado graças a chegada de uma imagem, vinda da comunidade Arapemã, os moradores observaram ser a imagem de Sant’Ana, e batizaram o lugar.

Santarenzinho

A grande área do Santarenzinho, como hoje é conhecida, era um único bairro de Santarém, foi assim denominado por ser uma espécie de minicidade ou um grande distrito de Santarém, por isso seu diminutivo.

Santo André

Após fazem um campo de futebol na área, hoje bairro Santo André, o time achou por bem nomear o campo de Santo André, com o crescimento populacional, deu o nome ao bairro tempos mais tarde.

Santíssimo

O nome originou-se após algumas famílias se juntarem para realizar a festa do Santíssimo Sacramento. Em uma construção rústica, chamada ‘latada’, lá faziam orações. Em 1958, por iniciativa de Frei Othmar, foi procurada uma nova área onde pudesse juntar a capelinha da ‘latada’ com a de São Francisco (localizada no cruzamento da Turiano Meira com a Borges Leal). Os moradores da ‘Latada’ resistiram a mudança, porém um espaço maior foi construído, o que proporcionou ainda mais o crescimento comunitário. O tempo foi inaugurado em 2004.

São Cristóvão

O bairro tem 20 anos e seu nome surgiu após a doação de uma imagem do hoje, santo padroeiro da comunidade, São Cristóvão.

São Francisco

O nome surgiu porque os primeiros moradores eram devotos de São Francisco.

São José Operário

Antes a área pertencia ao bairro Urumari, existia ali uma confusão por chamarem de Urumari II. Então a pedido de João Magalhães, foi pedido a denominação da área, como o padroeiro da comunidade era São José Operário, colocaram o mesmo nome.

Uruará

Segundo moradores, o nome surgiu a partir de um estabelecimento popular da área, o Matadouro Municipal Uruará, e por hábito as pessoas sempre se referiam ao lugar como Uruará.

Urumanduba

Urumanduba, é a soma de três nomes: URU (maletinha onde eram colocados os utensílios para a pesca, como tabaco, anzol, farinha, fósforo) + MAN (redução de arumã: planta que tem nos igapós, sua palha é parecida com a da bananeira e sua haste com a da cana. Planta usada para a confecção de tipiti, peneira, paneiro...) + DUBA (paus podres para fazer adubo). Juntando a palavra tem-se as atividades e subsistência do povo que vinha dos rios e daqueles que ficavam, existia a troca de experiências, como por exemplo a pesca e o artesanato.

Urumari

O nome é uma junção de elementos pertencentes ao ambiente natural que deram origem ao nome do bairro, posteriormente nomeou o manancial que corta o bairro: o Igarapé do Urumari.

Vitória Régia

O nome tem relação com o meio ambiente e a escolha foi feita em reunião da associação de moradores.

Área Verde

Surgiu devido à exuberância da vegetação –cerrada, campestre –e também muitas árvores frutíferas. Além disso, havia muita plantação de mandioca e fazia-se muita farinha para comercialização. Hoje ainda muitas famílias tem a horticultura como meio de sobrevivência e sustento.

 

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