Ultima atualização em 7 de Novembro de 2024 às 10:29
Ao longo de 15 anos, a universidade atinge a marca de quase nove mil egressos. Mais investimentos em infraestrutura e recursos humanos, além da criação de novos cursos e campi, ampliará em mais de três mil a oferta de vagas para o Oeste do Pará.
Produzir e socializar conhecimentos, contribuindo para a cidadania, a inovação e o desenvolvimento na Amazônia. Essa é a missão da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), que completa 15 anos nesta terça-feira, 5 de novembro de 2024. Para comemorar a data, a Universidade inaugura hoje o primeiro prédio do novo Campus Monte Alegre, obra no valor de R$ R$ 6.627.318,03. Outras atividades e eventos alusivos ao aniversário ocorrerão a partir da próxima segunda-feira, 11 de novembro, com destaque para as solenidades oficiais e corte do bolo, marcando também o início do segundo semestre letivo de 2024.
Criada pela Lei nº 12.085, de 5 de novembro de 2009, a Ufopa é a primeira instituição federal de ensino superior com sede num dos pontos mais estratégicos da Amazônia, o município de Santarém, terceira maior cidade do estado do Pará, mundialmente conhecida por suas belezas naturais, com destaque para o encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas. A criação da Ufopa faz parte do programa de expansão das universidades federais e é fruto de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), que previa a ampliação do ensino superior na região amazônica.
“A Ufopa é um marco para a região amazônica como um todo, por ser a primeira universidade pública com sede no interior da Amazônia. Esses 15 anos de implantação têm contribuído em vários aspectos. No aspecto econômico, se fossemos um município, a nossa universidade teria o quinto maior orçamento do estado; são recursos que passaram a vir para o Oeste do Pará, fruto desse investimento público federal que é a universidade”, afirma a reitora da Ufopa, Aldenize Ruela Xavier.
Também para a vice-reitora da Ufopa, Solange Ximenes, a criação da Ufopa constitui o principal investimento público do governo federal na região amazônica nos últimos 15 anos: “A nossa compreensão é de que, de fato, isso é uma realidade, porque a Ufopa é mais do que um bem material, como uma ponte, uma estrada. Ela é um grande investimento na formação qualificada de recursos humanos que oportuniza uma conexão real que se estabelece com a comunidade, com os saberes dos povos amazônidas, com o bioma amazônico”.
Instituição pública de ensino superior gratuita, a Ufopa conseguiu formar, ao longo de uma década e meia, quase nove mil egressos, sendo 7.932 profissionais graduados e mais de mil pós-graduados, o que a torna referência em formação acadêmica de qualidade, assim como de pesquisa, extensão e inovação no coração da Amazônia. Hoje, a universidade conta com um contingente de 8.663 alunos de graduação, a maioria oriunda de escolas públicas da região, e de 1.287 da pós-graduação. Outro destaque é o ingresso anual de estudantes indígenas e quilombolas por meio de processos seletivos especiais.
“A implantação da nossa universidade veio trazer uma série de oportunidades para os nossos jovens, tanto em termos de graduação quanto de pós-graduação. No aspecto social, conseguimos ampliar muito a oferta de vagas. Quando éramos campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) e também uma unidade descentralizada da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), recebíamos, por ano, em Santarém, cerca de 300 alunos. Agora, recebemos mais de 1.400 alunos por ano. Houve uma ampliação de vagas muito significativa, que dá oportunidade de uma educação gratuita e de qualidade à população da região”, ressalta a reitora.
Hoje, mais de 20 milhões de reais são investidos anualmente no pagamento de bolsas de auxílio estudantil para alunos de baixa renda, por meio da Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), que visa a garantir a permanência em instituições federais de ensino superior. “São recursos que os alunos utilizam para pagar aluguel, alimentação, transporte, material escolar e outras necessidades básicas. Esse recurso acaba sendo distribuído para toda a área de abrangência da universidade, configurando assim um impacto muito positivo para o Oeste do Pará”, afirma o pró-reitor de Gestão Estudantil (Proges), Luamim Sales Tapajós.
“A gente constata quanto a universidade vem transformando a sociedade, seja pela formação dos estudantes, serviços realizados na região, mas também pelos recursos diretamente injetados na economia local, pois sabemos que o dinheiro recebido pelos estudantes vai ficar na região”, afirma o pró-reitor.
Infraestrutura – Em Santarém, a Ufopa está estruturada em sete institutos temáticos: Instituto de Ciências da Educação (Iced), Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), Instituto de Saúde Coletiva (Isco) e Instituto de Formação Interdisciplinar e Intercultural (IFII). Multicampi, a universidade também possui seis campi fora da sede, situados em Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná.
A área de abrangência da universidade, que envolve uma ampla população de povos e comunidades tradicionais, é composta por 21 municípios paraenses: Santarém (sede), Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Oriximiná, Óbidos, Almeirim, Aveiro, Belterra, Curuá, Faro, Jacareacanga, Novo Progresso, Mojuí dos Campos, Placas, Prainha, Rurópolis, Terra Santa, Trairão e Uruará. Sua área de abrangência possui população total estimada de 1.065.274 habitantes, o que corresponde a 12,8% da população do Pará, segundo o IBGE (2022).
Com recursos do novo Programa de Aceleramento de Crescimento da Educação (PAC Expansão), do governo federal, a Ufopa pretende dar início, já em 2025, à construção do Campus Rurópolis, município com pouco mais de 50 mil habitantes, cortado pelas rodovias Transamazônica (BR 230) e Santarém–Cuiabá (BR 163). Situado a 220 km de distância de Santarém, Rurópolis já conta com um núcleo da Ufopa, onde está em andamento a primeira turma do curso de Agronomia, por meio do Programa Forma Pará. Uma audiência pública foi realizada em outubro deste ano para ouvir a população local sobre as demandas de criação de novos cursos.