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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 31 de Outubro de 2023 às 11:42

Equipamentos que analisam a radiação solar na Amazônia passam por manutenção


Observatório Atmosférico da Amazônia tem um dos sete aparelhos em operação no país

Com uma localização que pode variar de 80 quilômetros até mil quilômetros acima da superfície terrestre, a ionosfera é uma das camadas da atmosfera que sofrem a ionização da radiação solar. Qual o impacto disso no clima do planeta? Essa e outras respostas podem ser encontradas nos dados coletados por equipamentos instalados no Observatório Atmosférico da Amazônia do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), instalado na Fazenda Experimental da Ufopa.

Para otimizar a coleta de dados, esses equipamentos passaram por manutenção no período de 23 a 30 de outubro. O técnico Wagner Sarjob Coura Borges, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), esteve em Santarém para realizar a manutenção de equipamentos científicos instalados na Fazenda Experimental da Ufopa. Wagner Borges é técnico eletroeletrônico e engenheiro industrial químico. Ele fez a manutenção do interferômetro e dos imageadores e a mudança de local do magnetômetro.

O professor Dr. Lucas Vaz Peres, lotado no IEG e docente do curso de Ciências Atmosféricas da Ufopa, acompanhou toda a visita e salientou a importância desses equipamentos: “Através das longas séries de dados que começarão a ser gerados, vários pesquisadores brasileiros e da América do Sul poderão verificar o quanto o clima e as diferentes camadas atmosféricas estão sendo impactados pelas variabilidades naturais do sistema ou por mudanças climáticas associadas aos seres humanos”.

O magnetômetro Embrace-19 é o equipamento utilizado para medir o campo magnético da terra. Já o interferômetro de Fabry-Perot faz medições da ionosfera, em torno de 250 km de altura, atingindo a ionosfera. Essa camada atmosférica é importante para as telecomunicações e para o Sistema de Posicionamento Global (GPS). O imageador All-Sky mede a dinâmica da altura da atmosfera situada entre 80 e 125 km, na mesosfera. O espectrofotômetro Brewer faz medidas da camada de ozônio e da radiação ultravioleta e aerossóis.

Os dados gerados por esses equipamentos começaram a ser gerados em 2017, com a criação da primeira estação meteorológica do curso de Ciências Atmosféricas (IEG); em 2020 foi instalada no laboratório a plataforma solar do projeto Sonda, e em 2022 as medidas de alta e média atmosfera começaram a ser realizadas, informou Vaz Peres. "A partir desses dados nós vamos conseguir medir as mudanças climáticas nos diferentes níveis atmosféricos. A junção de todas elas num único ponto está ocorrendo aqui em Santarém, na estação implantada na Fazenda da Ufopa, e a partir delas vamos conseguir ver como as flutuações climáticas afetam as diferentes alturas da atmosfera, e assim poder entender melhor esse processo físico e químico das mudanças climáticas", completou.

Quanto à cooperação da Ufopa com o Inpe, Wagner Borges, que atua no Laboratório Sonda, ressaltou: “A gente tem equipamentos em várias partes do Brasil, e especificamente estes que estão em Santarém, no meio da Amazônia, são estratégicos para o Inpe, principalmente porque estão próximos à linha do Equador, que é uma área de bastante interesse para a pesquisa da ionosfera". "Vale ressaltar a importância de manter em operação a rede de equipamentos científicos instalados em várias regiões do Brasil e da América do Sul. Eles são responsáveis pela coleta de dados em série de fundamental importância para pesquisas sobre a atmosfera terrestre”, esclareceu o Prof. Dr. Lucas Vaz Peres.

Comunicação/Ufopa
30/10/2023

Prof. Lucas Vaz Peres (à esquerda) e Wagner Sarjob Coura Borges, técnico do Inpe. Foto: Arquivo pessoal, 2023.

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