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Ultima atualização em 18 de Abril de 2024 às 09:19

Confira a entrevista com Luana, graduada em Letras/Língua Portuguesa e Professora na Formação Acadêmica Indígena da Ufopa


1) Conte-nos um pouco sobre você, para que nossa comunidade acadêmica possa te conhecer melhor.

Luanna: Sou Luanna Cardoso Oliveira, do povo Arapiun, Formada em Letras/Língua Portuguesa do Instituo Ciências da Educação - ICED, Mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação – PPGE/Ufopa e Doutoranda em Educação na Amazônia pelo Programa de Pós-graduação em Educação na Amazônia- PGEDA/Ufopa. Concluí minha graduação em 2018.

 

2) Como avalia o impacto da assistência estudantil da Ufopa em sua formação?

Luanna: Avalio como primordial, sem a assistência estudantil, não seria possível trilhar todo o percurso acadêmico que, inclusive, ainda me encontro. Ter condições materiais para se manter e apoio psicológico durante a graduação, mestrado e parte do doutorado, contribuiu de forma efetiva para que eu pudesse me dedicar integralmente à universidade, apesar dos desafios, foi/ tem sido um processo extremamente exitoso. Ressalto que, só foi possível vislumbrar seguir academicamente por dois motivos: Primeiro, como estudante indígena, fui contemplada com auxílio permanência desde o primeiro ano de graduação até eu me formar. Posteriormente, no mestrado e parte do doutorado também fui bolsista. O segundo motivo é que atualmente a Ufopa dispõe de inúmeros programas de pós-graduação, com reserva de vagas para indígenas e quilombolas, o que permite ampliar a carreira acadêmica sem precisar se deslocar para outro estado, como outrora acontecia.


 

3) Compartilhe quais suas vivências hoje após concluir sua formação acadêmica.

Luanna: Entrei na Ufopa em 2013 pelo Processo Seletivo Especial Indígena – PSEI, e terminei minha graduação em fevereiro de 2018, no mesmo ano passei no mestrado. Desenvolvi pesquisa sobre leitura e biblioteca na minha aldeia, organizamos a biblioteca da escola, passei dois anos desenvolvendo atividades de formação e leitura no meu território, também, apresentei e publiquei diversos trabalhos referentes à pesquisa. 

Em fevereiro de 2020, concluí o mestrado e me submeti ao processo de doutorado, obtendo aprovação. Atualmente estou no meu último ano de doutorado em Programa de Pós-graduação da Ufopa e pesquiso educação escolar indígena. 

No ano de 2023, fui aprovada no Processo Seletivo para professores substitutos na Ufopa. Sinto muito orgulho em dizer que sou professora de Língua Portuguesa na Formação Acadêmica Indígena – FAIN, vinculada ao Instituto de Formação Interdisciplinar e Intercultural – IFII, da Universidade Federal do Oeste do Pará - Ufopa. Ademais, venho colaborando em diversos projetos e contribuindo no debate e aperfeiçoamento das políticas voltadas para mulheres e povos indígena dentro da universidade. 

Destacar que tudo isso foi possível a partir das políticas de ações afirmativas, da lei de cotas, que permitiram não apenas a minha entrada na universidade, bem como a permanência, progressão do meu percurso acadêmico, destacar, especialmente, a luta do movimento indígena, pois, se hoje ocupo um lugar nesta instituição, foi a partir da luta dos movimentos sociais/indígenas. O próprio setor que estou vinculada atualmente FAIN/IFII, foi uma demanda e grande conquista para o movimento indígena, estou exatamente onde gostaria de estar, na profissão que venho me preparando há mais de dez anos (entre graduação, mestrado, doutorado). 

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