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Universidade Federal do Oeste do Pará

Criado em 24 de Março de 2022 às 11:24

Raimunda Nonata Monteiro - entrevista (Jornal da Ufopa, maio-junho 2014)

RAIMUNDA MONTEIRO DESTACA PRIORIDADES PARA 2014
(entrevista ao Jornal da Ufopa, maio-junho 2014)

 

Raimunda Nonata Monteiro, reitora da Ufopa

Quais as prioridades de sua gestão à frente da Universidade em 2014?

O ano é de ajustes estruturais. Apesar do acréscimo significativo de alunos, a infraestrutura necessária à acomodação dos cursos e do contingente de pessoas não acompanhou a demanda. Agora temos a responsabilidade de implantar infraestrutura para absorver 8 mil alunos, mais de 500 professores e cerca de 700 técnicos administrativos. Além disso, alguns procedimentos administrativos e de regulamentação interna na Universidade, como diversas políticas, ainda não foram estabelecidos. Tudo isso faz parte dos ajustes que queremos fazer. Quanto ao ensino, iniciamos a avaliação do modelo acadêmico. Criaremos uma comissão que coordenará esse trabalho, com a participação de docentes, técnicos, estudantes e, dentre estes, representação dos indígenas. O grupo promoverá debates, convidando a comunidade acadêmica e também pessoas de outras Universidades; a comissão vai propor um cronograma e metodologia para que a discussão ocorra de forma ampla e participativa. No caso da pesquisa e extensão, temos que, primeiro, fazer a comunidade universitária apropriar-se dos trabalhos valiosos que nossos pesquisadores e professores já vêm realizando. Após um balanço qualificado do que já produzimos, poderemos elaborar uma política de pesquisa que nos oriente, suscitando novos projetos, investigações, campos de interesse e linhas de pesquisa.

Estão previstas para este ano eleições nos institutos. Como será esse processo?

As decisões mais importantes dentro das Universidades são tomadas de forma colegiada. Desde agosto de 2013, a UFOPA já tem um Estatuto aprovado. Apesar de não ser um Estatuto que reflita de forma integral as propostas discutidas pela comunidade acadêmica, ele já prevê as regras de como as decisões devem ser tomadas na Universidade. Nossos institutos têm uma direção administrativa e acadêmica, composta por órgão colegiado, onde estão representados alunos, técnicos e docentes. São essas pessoas que elegerão suas diretorias este ano. Os diretores têm lugar no Consun, que em 2014 também passará por recomposição. Essas eleições indicarão quem serão os novos membros do Conselho para os próximos quatro anos.

Quanto à infraestrutura, o que está sendo planejado?

Temos um déficit grande em termos de infraestrutura. Funcionamos apenas em Santarém e no câmpus de Oriximiná. Em Óbidos temos uma escola municipal que nos foi doada, mas não temos estruturas permanentes de funcionamento nas outras cidades. Queremos alavancar os projetos de infraestrutura nos câmpus do Baixo Amazonas e do Tapajós. Este ano, nosso orçamento é de R$104 milhões. Deste total, 60% estão comprometidos com folha de pagamento; os 40% restantes, cerca de R$40 milhões, destinam-se às obras já licitadas: o primeiro módulo do câmpus Tapajós, o prédio para os Laboratórios de Bioativos e a continuidade do câmpus de Juruti. O que nos resta são R$3 milhões, ainda não empenhados. Com esse recurso, vamos licitar o início das obras dos câmpus de Alenquer, Monte Alegre e Itaituba, pois já temos técnicos lotados nesses locais. O desafio é sensibilizar o Ministério da Educação para liberação de recursos suplementares. Assim poderemos iniciar obras fundamentais, inclusive em Santarém, como o Restaurante Universitário, o prédio da nova biblioteca e o Centro de Tecnologia da Informação. Nossa intenção é que, na projeção do orçamento de 2015, esses investimentos suplementares possam ser priorizados pelo MEC.

Foram criadas novas pró-reitorias para cuidar da área da Assistência Estudantil e da Gestão de Pessoas. Como será esse trabalho?

A Política Nacional de Assistência Estudantil prevê um conjunto de ações de amparo ao aluno em situação socialmente vulnerável, para que ele permaneça na Universidade e conclua seu curso, evitando, assim, a evasão. Para esse objetivo, atualmente, nós oferecemos as bolsas Permanência e Moradia, que contribuem para que o aluno pague seu aluguel, sua alimentação e transporte. Vamos batalhar para que, ano que vem, tenhamos o Restaurante Universitário. Com isso, pretendemos liberar mais recursos para outras atividades de amparo ao aluno dentro da Universidade, incluindo estruturas para esporte e lazer e programações culturais, que também fazem parte do acolhimento aos estudantes. Quanto à gestão de pessoas, a UFOPA está funcionando, atualmente, com 42 cursos e cerca de 8 mil alunos. Encontramos alguns cursos em situação crítica, com apenas dois docentes, passando pela ameaça de não seguirem adiante. Agilizamos o concurso para novos professores para assegurar que nenhum curso fique com menos de 8 professores. Isso significa quase 150 novos docentes. Também estamos absorvendo mais de 100 técnicos administrativos. Com isso, começamos a ter uma demanda de gestão de pessoas mais ampliada. Teremos, então, a nova Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, amparada pelo Estatuto, com uma estrutura que discutirá os futuros ingressos de servidores, além de fazer todo o acompanhamento dos servidores dentro da Universidade, tanto na parte assistencial quanto na qualificação. É um avanço significativo porque o servidor terá uma referência dentro da Universidade.

Também foram criados novos Conselhos. O que representa cada um e qual sua finalidade?

O Conselho Comunitário (Consecom) vai abrir as portas da Universidade para um diálogo mais amplo com a sociedade. Vão participar dele representações empresariais, de movimentos sociais, representações eclesiásticas, as parcelas da sociedade organizada que pensam as grandes questões do desenvolvimento na região. Eles terão um lugar na UFOPA para expor suas ideias, apreciar e contribuir na avaliação do desempenho da Universidade. Será um canal de diálogo com a comunidade externa, determinante para traçar as políticas de ensino, pesquisa e extensão e avaliar o desempenho dessas políticas. O Conselho Superior de Pesquisa, Ensino e Extensão (Consepe) e o Conselho Superior de Administração (Consad) são instâncias que apreciam de forma detida as propostas para a Universidade e consolidarão a participação da comunidade acadêmica nas decisões dos rumos da Instituição.

 

Jornal da Ufopa, Santarém (PA), ano III, n. 13, p. 7, maio-junho 2014.